O apreço aos detalhes gráficos vem do noviciado no jornalismo, no início dos anos 70. Como editor da revista de fotonovelas Sétimo Céu, ele passou a frequentar o parque gráfico da Bloch Editores, em Parada de Lucas. "Comecei a me maravilhar com as rotativas, as máquinas de fotolito, aquele cheiro de tintas e ácidos, as transformações no rolo de impressão. Era tudo cinematográfico", recorda. Pegou gosto pelo ramo e escanteou de vez o diploma de direito. Trabalhou na Editora Abril e, entre uma função e outra, criou, com o parceiro de redação Salvador Monteiro, a editora Alumbramento, em 1974. A empresa notabilizou-se por publicações sofisticadas, com dois temas caros a Leonel: a natureza e as artes plásticas. Em 25 anos de existência, a editora lançou trinta títulos, entre livros artesanais e foto biografias. Há seis anos os sócios decidiram pelo fim da Alumbramento, e em 2002 Leonel dava a partida na Aprazível Edições. "Retomei a atividade editorial com o mesmo rigor gráfico, só que a Aprazível enveredou pelo caminho da pesquisa de imagens fotográficas." Leonel destaca a importância da parceria com a Companhia da Memória, empresa de São Paulo especializada em resgatar fragmentos da história brasileira. "O pessoal dos arquivos fica logo disposto quando o trabalho é para a Aprazível. Existe uma corrente de transmissão de estímulo, pela excelência da qualidade", diz Vladimir Sacchetta, diretor da Companhia da Memória.

 

Nas andanças da vida, já rodou um bocado. Foi secretário estadual de Cultura e Esportes no governo de Marcello Alencar e subsecretário de Meio Ambiente na segunda gestão de seu xará Brizola. "Adoro a vida pública. Imagina eu tomando conta do Maracanã, do Municipal, de trinta museus, teatros, tanta gente para brigar, para resolver conflitos. O que pode ser melhor que isso?", enfatiza, com humor. Deixou a secretaria para concorrer ao cargo de deputado federal. Seu comitê durou três dias. "Chegaram à conclusão de que eu não era muito bom para acordos de campanha." Leonel coordenou o Projeto Portinari, de levantamento e catalogação da obra do artista, e participou da publicação A Revista no Brasil, da Editora Abril, em 2000. 

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​[O caçador de imagens, Sérgio Garcia, Veja Rio, mar. 2006]